Movimento Pau-Brasil pelo olhar de Tarsila do Amaral
Manifestação Pau Brasil peloolhar de Tarsila do Amara
O Movimento Pau-Brasil é um entre os movimentos modernistas - Verde-Amarelismo ou Escola da Anta e Movimento Antropofágico - que tomou lugar na Primeira Fase do Modernismo no Brasil, conhecida como a “Fase Heroica”, fase que apresentou diferentes formas de abordagem patriótica.
Este movimento teve início em 1924 a partir da publicação do livro “Pau-Brasil”, da autoria de Oswald de Andrade (13).890 -1954) e ilustração da sua esposa, a artista plástica Tarsila do Amaral (1886 -197
RELIGIÃO BRASILEIRA I, 1927
Certa vez, quando Tarsila chegou de viagem no porto de Santos vinda de Paris, foi comprar doces caseiros em uma modesta casinha. Ao entrar, seu olhar foi direto: ‘à cômoda alta, com o altar doméstico sobre a toalhinha de crochê muito branca, os santos dispostos à volta e os vasos com as flores coloridas de papel crepom. Fiz um rascunho rápido e guardei a imagem bem viva na memória. Comecei a pintar logo depois.’ (depoimento da pintora).
MANACÁ, 1927.
Quadro de colorido magnífico, forte e harmonioso. A flor do Manacá se destaca na frente da montanha azul, com uma liberdade de cores e formas cada vez maiores e com mais personalidade, caminhando para uma futura mudança de fase em sua arte.
O MAMOEIRO, 1925
Esta era a obra preferida do escritor Mário de Andrade. Ele elogiou muito a figura do Mamoeiro, tão típica da nossa flora. Quadro da fase Pau-Brasil, mostrando a paisagem rural brasileira. A infância que Tarsila passou nas fazendas de seu pai influenciou muito sua obra, tanto pelas cores, como também pelos temas.
A FAMÍLIA, 1924
A pintora retratou também o nosso povo. Aqui, uma singela família do interior, com seus animais de estimação. Era um retrato de uma típica família trabalhadora da época, em um Brasil recém saído da escravidão, que ainda não sabia quais os rumos a serem tomados para se tornar um país desenvolvido.
SÃO PAULO, 1924
A tela retrata a mais emblemática paisagem do espírito moderno da cidade de São Paulo na época, o Vale do Anhangabaú. É mais uma das telas da fase Pau-Brasil em que Tarsila mostra desta vez o Brasil urbano com a técnica cubista e as cores caipiras.
MORRO DA FAVELA, 1924
Tarsila escreveu depois da viagem a Minas Gerais em 1924: ‘Encontrei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras... Vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante... Pintura limpa, sobretudo sem medo dos cânones convencionais. Liberdade e sinceridade, uma certa estilização que a adaptava à época moderna.’ Tela magnífica com todos os elementos citados acima pela pintora.
E.F.C.B., 1924
Este quadro também foi feito depois da viagem do grupo modernista com Blaise Cendrars para o Rio e as cidades históricas de Minas Gerais. Nele, a influência do pintor Fernand Léger é evidente na composição, mas a marca da fase Pau-Brasil de Tarsila também aparece com as cores, e o tema urbano brasileiro da Estrada de Ferro Central do Brasil no Rio de Janeiro.
CARNAVAL EM MADUREIRA, 1924
O poeta francês Blaise Cendrars, amigo de Tarsila e Oswald veio conhecer o Brasil em 1924. Eles e um grupo de amigos modernistas, passaram o Carnaval no Rio de Janeiro e a Semana Santa nas cidades históricas de Minas Gerais. Esta foi uma das obras que resultaram desta viagem. A pintora trouxe a Torre Eiffel de Paris e a inseriu no meio da favela do Rio, usando cores caipiras e a técnica cubista.
AUTORRETRATO I, 1924
Tarsila ousava em seu visual, com roupas dos costureiros mais famosos de Paris como Paul Poiret e Jean Patou. Mas a forma que usava o cabelo todo puxado para trás, com seu rosto oval perfeito, o batom vermelho salientando sua boca e os longos brincos suspensos, fazia com que ela se destacasse mesmo nas altas rodas de Paris dos anos 20. Neste autorretrato ela se mostra bela e sedutora, de modo inusitado, com seu rosto suspenso no espaço.
Comentários
Postar um comentário